domingo, 12 de outubro de 2008

Apresentação: A transparência do Sentir

     Antes de qualquer coisa: não sou escritor. Meus textos não seguem exatamente as normas da gramática e por vezes as minhas palavras soam repetitivas. Escrevo, porque esta é a minha forma favorita de expressão, escrevo porque preciso transferir para algum lugar - seja uma página de papel ou uma página da web – os retalhos de sentimentos que surgem em minhas divagações. Escrevo para remediar minhas doenças. Escrevo para me livrar de meus próprios sintomasEscrevo porque anseio ser lido.  Entendo obviamente, que escrever é desabafo em sua maior parte, não resolução. Porém, entendo também, que a forma como registro este “estar de cada coisa” vai de certa forma emoldurando a minha própria história. Sou fascinado por tudo que é autobiográfico: não haveria então melhor caminho a seguir com esta minha “assim chamada escrita”.
     Os primeiros registros de textos que escrevi são do ano de 1998 (dezesseis anos atrás). Posso dizer que a partir desta data até aproximadamente o ano de 2007, escrevia constantemente como se fosse uma espécie de diário, onde os textos não seguiam uma fórmula exata. Mesmo assim, estes textos foram todos postados em um blog pessoal que intitulei de “Palavras Pensadas: o som do sentido das coisas” (estando agora em modificação). Basicamente, eles se resumiam em inconformismos e amarguras, passando por paixões não recíprocas avassaladoras da juventude, mágoas destiladas por uma explosão de sentimentos imaturos e logo ali, diários sobre como as escolhas, o tempo e principalmente a minha relação com os meus empregos e a sociedade do “ter de, adquirir” me fizeram sofrer de algo que chamava de “síndrome do arrependimento e sofrimento antecipado”. Um muro de lamentações, grafitado sem cor alguma em desenhos tortos. Resolvi, portanto, enxugá-los aqui. Exceto àqueles que apesar da distância, foram decisivos e contribuíram para moldar a minha personalidade.
     De aproximadamente três anos pra cá, meus textos foram tomando outro rumo e retratando novos interesses. O fluxo de consciência encontrou outras vertentes e desaguou em outros mares. Neste momento a frase “a transparência do sentir” começou a aparecer constantemente em meus devaneios. Esta frase de uma maneira direta e bastante intensa, imprime uma nova direção para o que escrevo, tornando meus relatos com um nível cada vez maior de espiritualidade, psicologia emocional e consequentemente de consciência.  Falar abertamente, com a transparência do que sinto coloca meu Ser em busca constante de evolução. Embora a confusão de sentidos também me fascine: deixo nas entrelinhas espaços abertos para interpretações. Desta forma, aqui inicia um novo ciclo que começa com um novo título para estas tantas divagações escritas. Nasce portanto, “A transparência do sentir: relatos de uma jornada interior”.
     Não haverá nestas palavras, nada de extraordinário. Meus textos, meus devaneios, minhas divagações me servem como uma terapia. Meus relatos interiores de acontecimentos puramente cotidianos entrelaçados com as minhas relações (de todos os tipos) e minha visão sincera sobre estes assuntos sendo compartilhados de uma forma aberta através deste “canal” é uma maneira de, através de minhas próprias experiências, inspirar a quem ler a sentir a coragem libertadora de olhar para dentro de si e vasculhar tudo o que há lá, numa viagem profunda ao autoconhecimento. 
         A estrada é longa. Seguindo a jornada...
******************************************************************************
Edição de Agosto de 2021:  
Foram escritos mais de quinhentos textos no blog entre 2008 e 2021. A maior parte foi retirada daqui para um processo de edição. Os textos que continuaram, ainda estão crus e logo entrarão no mesmo processo. Em breve "A transparência do Sentir" tomará uma outra forma. Estou ansioso para compartilhar este movimento com todos àqueles que estiverem abertos a receber. Até logo.